30 de janeiro de 2010

Invictus

Baseado no livro "Playing The Enemy" de John Carlin, o filme Invictus estreou nos cinemas em Portugal na passada quinta-feira dia 28. O filme, realizado por Clint Eastwod em 2009, tem como principais intérpretes Morgan Freeman e Matt Damon. A história de como Nelson Mandela agarrou o Mundial de Râguebi na África dio Sul em 1995 para transformar uma ameaça de agravamento do ódio racial numa oportunidade de reconciliação. Site oficial do filme aqui. Um filme apoiado pelas organizações humanitárias Amnistia Internacional e ONE.

15 de janeiro de 2010

Por Haiti

Não consigo imaginar o que se está a passar no Haiti. As imagens não mostram tudo. Não chegava serem muito pobres. Não chegava terem sido explorados, despojados. Não chegava a instabilidade política. Não, não chegava. Faltava um terramoto.
Agora falta tudo. Falta a vida aos que já pereceram. Falta o ar aos que ainda estão soterrados debaixo dos escombros. Faltam os meios para os conseguir salvar. Falta a ajuda aos feridos. Faltam os familiares desaparecidos. Falta enterrar os mortos. Falta a água. Falta a comida. Faltam medicamentos. Faltam hospitais. Faltam abrigos. Faltam as condições para a ajuda chegar depressa. Falta a organização. Falta...
Embora a ajuda esteja a chegar, não vai ser fácil ajudar. Não há ponto de partida, não há uma estrutura a que se possa agarrar. Têm de partir do zero. A pobreza extrema e a falta de preparação para uma situação de catástrofe vai custar muitas vidas mais.

Entretanto, ouvi na RTP1, hoje, Bagão Félix a comparar o lucro das farmacêuticas com a gripe A ao PIB do Haiti. Fiquei chocada. Fui verificar, e parece que é assim:
  • 5 000 milhões de euros é aproximadamente o valor do PIB do Haiti, antes do terramoto. Um país com cerca de 10 milhões de habitantes.
  • 5 000 milhões de euros é aproximadamente o valor que as farmacêuticas tiveram de lucro com a "pandemia" da gripe A.
Este mundo está com as prioridades absolutamente invertidas!

A solidariedade mundial com Haiti está a começar a funcionar, mas a lentidão com que a ajuda chega, devido à falta de infra-estruturas básicas e de segurança em Haiti, ainda vai fazer muitos mais estragos nas vidas humanas.

Por cá, o que podemos fazer por Haiti? Podemos ajudar com donativos, toda a ajuda será pouca. Vejam como no Sustentabilidade é Acção ou no O Único Planeta que Temos. E podemos também reflectir com o texto de A Nossa Candeia: Somos Todos Haitianos. E bem hajam aqueles que têm a coragem para ir ajudar no local, pois acho que nunca vão esquecer o que vão ver e sentir.

12 de janeiro de 2010

Luzes do Carrossel

"- Quer ver uma coisa bonita?
Todos queriam. O sertanejo trepou no carrossel, deu corda na pianola e começou a música de uma valsa antiga. O rosto sombrio de Volta Seca se abria num sorriso. Espiava a pianola, espiava os meninos envoltos em alegria. Escutavam religiosamente aquela música que saía do bojo do carrossel na magia da noite da cidade da Bahia só para os ouvidos aventureiros e pobres dos Capitães da Areia. Todos estavam silenciosos. Um operário que vinha pela rua, vendo a aglomeração de meninos na praça, veio para o lado deles. E ficou também parado, escutando a velha música. Então a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou de todo manso (talvez que Yemanjá tivesse vindo também ouvir a música) e a cidade era como que um grande carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da Areia. Neste momento de música eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmãos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e conforto da música. Volta Seca não pensava com certeza em Lampião neste momento. Pedro Bala não pensava em ser um dia o chefe de todos os malandros da cidade. O Sem-Pernas em se jogar no mar, onde os sonhos são todos belos. Porque a música saía do bojo do velho carrossel só para eles e para o operário que parara. E era uma valsa velha e triste, já esquecida por todos os homens da cidade."

Jorge Amado, em Capitães da Areia, 1937

Este é talvez o trecho que mais gostei de "Capitães de Areia", um livro que penetra fundo na alma das crianças abandonadas a si próprias e desprezadas pela sociedade que as rodeia. O filme, realizado pela neta do escritor, Cecília Amado, tem estreia prevista para este ano.

10 de janeiro de 2010

Manias...

A Fada do Bosque fez-me um desafio, que consiste em divulgar aqui 5 das minhas manias mais marcantes. Isto é uma tarefa muito complicada, por vários motivos. Um deles é: quem sabe melhor das minhas manias é quem me atura, não eu. Além disso, tenho muitas manias, e escolher 5 não é fácil. Mas, como já decorreu algum tempo, mais que tempo para pensar, vou aqui enumerar 5, com a certeza de que não são as piores, pois essas são os outros que as sabem...
1- Tenho a mania que sou invisível
2- Tenho a mania que sou inteligente (às vezes)
3- Tenho a mania que sou burra (outras vezes)
4- Tenho a mania de dedicar tempo demais à blogosfera
5- Tenho a mania de ser optimista (nem sempre)

Desta vez não vou passar o desafio, pois a última vez que passei um desafio tive que "ouvir" estas queixas!

6 de janeiro de 2010

Candy Says

Há poucos anos tive a oportunidade de assistir, na minha pequena cidade, a um espectáculo de Antony and The Johnsons. Foi verdadeiramente um espectáculo! A voz e a emoção com que Antony canta são fora de série. Para recordar, fica aqui a sua interpretação da canção "Candy Says", cujo original, de 1969, pertence aos Velvet Underground, grupo que integrava Lou Reed.

5 de janeiro de 2010

Ainda bem que assinei a petição

Uma boa notícia no princípio do ano é sempre bem-vinda, como é o caso da publicação de um decreto-lei que vem proibir a ameaçada cobrança de "taxa" pelo levantamento de dinheiro nas caixas multibanco.
Já chega de benesses sempre aos mesmos!

"Decreto-Lei n.º 3/2010, de 5 de Janeiro
(...)
Artigo 1.º - Objecto
O presente decreto-lei tem como objecto:
a) Proibir a cobrança de encargos pelas instituições de crédito nas operações, designadamente de levantamento, de depósito ou de pagamento de serviços, em caixas automáticas;
b) Proibir a cobrança de encargos pelos beneficiários de serviços de pagamento nas operações de pagamento através dos terminais de pagamento automáticos.

Artigo 2.º - Cobrança de encargos nas operações em caixas automáticas
Às instituições de crédito é vedado cobrar quaisquer encargos directos pela realização de operações bancárias em caixas automáticas, designadamente de levantamento, de depósito ou de pagamento de serviços.
(...)"